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quinta-feira, 30 de julho de 2015

14 destinos paradisíacos para todos que acham que "o Brasil é uma merda"



por Izaías Almada, no Viomundo do Azenha

Há poucas semanas uma dessas celebridades que fazem novelas na Rede Globo, de quem não me lembro o nome, deitou falação contra o fato de ter que pagar um imposto na alfândega sobre um computador trazido dos Estados Unidos (pronunciado, talvez, com a boca cheia de empáfia). Foi defendida por um colega, outra celebridade, essa já com alguma idade (por isso me lembro do nome), o ator Miguel Falabella, que teria dito qualquer coisa sobre o fato de que nós brasileiros devemos apoiar o contrabando sim, pois todo mundo anda roubando no governo, logo… São falas e atitudes de um Brasil incivilizado que, aqui entre nós, já encheu o saco.

Por qual razão muitos desses “reclamões” não vão embora do país? O que é que estão esperando? Tenho várias dicas de países que os receberiam de braços abertos.

Mas antes gostaria de fazer referência e comentar um pouco sobre outros dois fatos que têm a ver com essa mesma questão. O primeiro deles diz respeito à Sra. Marcelo Odebrecht e sua ironia por ter que receber em casa há algum tempo atrás uma sindicalista e pensou em oferecer a ela uma marmitex. Fiquei pensando: caramba, essa gente ganha rios de dinheiro com as mais variadas maracutaias dentro e fora do Brasil, poderiam aprender a tratar melhor seus semelhantes, mas a viseira cultural e ideológica é tão grande, sem falar do preconceito de classe, que não conseguem. O dinheiro por vezes é muito, mas a sensibilidade é mínima. Não adianta.

O segundo caso tomou algumas poucas páginas da mídia, mas ainda assim foi lembrado: até hoje os policiais ingleses que mataram o cidadão brasileiro Jean Charles em Londres “por engano” ainda não foram julgados. A Inglaterra, com certeza, entra no imaginário de muitos brasileiros, alguns até advogados, como sendo um daqueles países do “primeiro mundo” que praticam a justiça com seriedade. Sim, desde que o réu não seja latino, afrodescendente e pobre. Aliás, está aí um bom país para os brasileiros que acham o Brasil uma merda, procurarem. Em São Paulo, por exemplo, o táxi até o aeroporto de Guarulhos é baratinho em relação a muitos outros problemas do Brasil.

Mas vamos à lista para esse pessoal do “Brasil é uma merda”, lembrando que os outros membros dos BRICS não devem ser lá muito boas opções para visitarem, por suposto, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ainda assim, sobram muitos, muitos…

1 – Alemanha: país que imortalizou os campos de concentração e acaba de deixar a Grécia de joelhos, por sinal o berço da democracia há 2500 anos, o que não deixa de ser até certo ponto uma atitude emblemática nos dias que correm. A maioria da população é branca de olhos azuis e fala alemão, que é difícil para turistas, mas também o inglês.

2 – Bielorrússia: recomendo tirar informações no Google.

3 – Canadá: belíssimo país que tem por costume aceitar estrangeiros para estudar e trabalhar. No inverno, a barra é pesada e são seis ou sete meses de frio intenso, com ursos a caminhar pelas ruas de algumas pequenas cidades. Normalmente exigem – o governo, não os ursos – formação superior dos imigrantes, entendendo-se por isso conhecimento razoável do que se propõem a fazer e não apenas o diploma que nunca se sabe se foi comprado, comportamento de muitos dos que acham o Brasil um horror…

4 – Dinamarca: país escandinavo em cujo inverno o sol costuma aparecer durante quatro horas por dia ou pouco mais. E isso dura vários meses. Não dá para pegar uma corzinha no final de semana. A língua e a escrita são complicadas para quem pratica a lei do menor esforço.

5 – Espanha: país caliente de “lindas mujeres”, mas vivendo já há alguns anos forte crise econômica, com grande desemprego de jovens. Crise pior que a do Brasil, “esse país de merda”… Lá existem alguns partidos novos de esquerda, como o Podemos e para muitos de nossos emigrantes “talvez não seja o caso”. Na Catalunha e nos Países Bascos a língua falada é mais complicada.

6 – França: povo organizado embora um tanto chauvinista. Ainda usam muito perfume no lugar do banho e gostam de andar ao lado dos alemães nas questões européias. Discriminam um pouco os africanos, os árabes e os sulamericanos, mas isso é o de menos para os brasileiros de elite, educados e civilizados que sentem saudades da ditadura. E da feijoada, quando estão fora do país.

7 – Guatemala: país de grande tradição golpista no passado, hoje mais calmo. Mas sempre se pode aprender um pouco.

8 – Holanda: país belíssimo, com seus diques e cidades limpíssimas, seus habitantes costumam falar vários idiomas. Estiveram lado a lado com os ingleses na colonização da África do Sul, deixando naquele país grandes saudades. Esse fato histórico criou o líder Nelson Mandela que chegou a presidente depois de 27 anos na prisão. Há, contudo, liberdade controlada no uso de drogas para os golpistas mais exaltados.

9 – Indonésia: Recomenda-se muito cuidado com o que levam nas malas (geralmente são muitas para a tentativa de contrabando no retorno). Lá existe a pena de morte por fuzilamento.

10 – México: Normalmente uma bela opção, sempre e quando se tenha em mente que o país está sitiado por cartéis do narcotráfico.

11 – Portugal: Ao lado da Grécia e da Espanha, vive grande crise econômica e social, tornando difícil a absorção de mão de obra estrangeira. E será sempre bom conseguir informações com brasileiros que lá vivem há mais tempo, em particular dentistas, publicitários e o pessoal da construção civil, para sentir como os portugueses andam tratando os “brasucas”.

12 – Suíça: Se for cliente do HSBC ou tiver conta em outro banco e não declarada ao fisco no Brasil é sempre bom tomar algum cuidado, pois há sempre o risco de extradição para os EUA. É possível conseguir boas informações com os advogados de Marin.

13 – USA: no Brasil conhecido apenas como Estados Unidos, esse país lidera a lista dos sonhadores, dos revoltados on-line e dos revoltados fora de linha, na expectativa de que acabem com Lula, Dilma e o PT. Mas Miami é uma bela cidade. Trata-se de um lugar propício e de clima ameno, onde se encontram grandes fortunas levadas de Cuba, Argentina, Venezuela, Bolívia e outros países sulamericanos com tendências ao bolivarianismo.

14 – Venezuela: país do bolivarianismo. Sei que muitos torcerão o nariz, mas penso que vale a pena ver uma ditadura de perto. Ver o “ódio” que os venezuelanos têm a Chávez e Maduro. Podem contratar viagens (excursões) no Congresso em Brasília e pedir os senadores Aécio, Caiado e Aloysio Nunes como guias pela cidade de Caracas. E não se esquecerem de levar exemplares da Veja, do Estadão, da Folha e do Globo, pois há uma crise de papel higiênico no país.

Enfim, todo cidadão tem o direito de ir e vir. Alguns, entretanto, se não quiserem regressar será um alívio para o Brasil.

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