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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Coisa que nunca ganha destaque no noticiário tupinambá: corrupção na UE



pescado na pagina da DeutscheWelle e em alemão no Aargauer Zeitung

A corrupção custa às economias dos países da União Europeia cerca de 120 bilhões de euros por ano e está presente em todos os Estados-membros do bloco, afirma um relatório oficial publicado nesta segunda-feira pelo bloco.
A comissária para Assuntos Internos da UE, Cecilia Malmström, que presidiu o primeiro estudo oficial europeu sobre corrupção, disse que o montante estimado de perdas anuais seria suficiente para financiar o orçamento operacional anual do bloco. "Esta é apenas uma estimativa", enfatizou a política, acrescentando que os custos provavelmente são "muito maiores".
Segundo o texto, todos os 28 membros da UE sofrem de algum tipo de corrupção. "Não existem zonas livres de corrupção na Europa", ressaltou Malmström, durante entrevista coletiva. "Não estamos fazendo o suficiente. E isso se aplica a todos os membros."

Desafios especiais no Leste Europeu
Não foi realizada uma classificação dos países de acordo com a frequência de práticas de corrupção, mas Malmström sublinhou que algumas das "democracias mais jovens" do Leste Europeu "enfrentam desafios especiais".
O relatório inclui uma discriminação de problemas e destaca histórias de sucesso de cada país membro da UE. Também contém uma lista de sugestões para aumentar a transparência e melhorar mecanismos de controle interno dos países.
O problema é especialmente frequente em contratos públicos nas áreas de construção civil, principalmente em empreendimentos imobiliários realizados em áreas urbanas.
"Contratos públicos inflacionados são um problema particular", destacou Malmström. Aquisição de bens e serviços por governos são responsáveis por 20% de todos os gastos na União Europeia, segundo a comissária. E estudos indicam que até um quarto do dinheiro gasto é desviado pela corrupção.

Razões econômicas
"Uma enorme quantidade de dinheiro é perdida aqui", disse Malmström. "Se não condenarmos a corrupção por ser imoral e por corroer a legitimidade da democracia, pelo menos economicamente, há boas razões para fazermos mais."
Segundo uma sondagem feita por encomenda de Bruxelas, mais da metade dos cidadãos da União Europeia acredita que a corrupção aumentou nos últimos três anos, período em que a crise da dívida do euro se intensificou."O relatório mostra que os políticos têm falhado em regular seus conflitos de interesses, especialmente nas suas relações com o comércio e a indústria", avaliou por sua vez Carl Dolan, diretor do escritório da União Europeia da ONG Transparência Internacional.
Cerca de 75% consideram a corrupção algo comum em seu país de origem. Dos entrevistados na Grécia, 99% têm essa opinião, seguidos de italianos (97%), lituanos, espanhóis e tchecos (todos com 95%).

Menor índice entre suecos
Na Alemanha, pouco mais da metade dos indagados disse que a corrupção é comum no país, mas apenas 2% afirmaram que já tiveram que subornar alguém. O menor índice de percepção de corrupção no próprio país ficou entre os suecos (54%).
Uma cota semelhante foi detectada entre empresas questionadas nos respectivos países. Entre os setores pesquisados, a indústria da construção é onde o problema é percebido com maior frequência. Entre as companhias da área, 79% acreditam que a corrupção é comum dentro de seu campo de atuação.

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